O caso de uma criança de 5 anos vítima de abuso sexual em Sumaré voltou a expor uma fragilidade persistente na proteção de menores no Brasil. Identificado graças à atenção de profissionais da saúde e ao acionamento correto das autoridades, o episódio reforça a urgência de priorizar medidas de prevenção em vez de focar apenas na repressão.
Por que é urgente
Além do caráter local, o caso tem alcance regional e interessa a pais, educadores, profissionais de saúde, conselhos tutelares, segurança pública e autoridades da Região Metropolitana de Campinas. A questão central é a necessidade de educação sexual e políticas públicas contínuas voltadas à prevenção, ao acolhimento e à conscientização. Sem ações permanentes, a resposta a episódios como este mantém-se reativa e insuficiente.
Educação sexual nas escolas
Setores conservadores muitas vezes distorcem o debate, transformando um tema pedagógico em objeto de polêmica e censura. A educação sexual profissional e baseada em estudos pedagógicos ensina crianças e jovens a reconhecer sinais de abuso, entender limites e pedir ajuda. Muitas vítimas não conseguem nomear o que passam e carregam traumas e culpas que poderiam ser mitigados com orientação precoce.
Ambientes considerados seguros
A maior parte dos abusos ocorre em ambientes tidos como seguros — dentro de casa, na escola ou na igreja — o que torna ainda mais necessário ampliar a vigilância e o acolhimento. A ausência de campanhas permanentes e de formação contínua para professores e profissionais aumenta o risco de silêncio. É preciso reconhecer que a proximidade não garante proteção.
Rede de proteção e ações
Especialistas e organizações apontam medidas básicas e imediatas para reduzir esse tipo de crime. Entre elas estão:
- Educação sexual contínua, ministrada por profissionais qualificados;
- Capacitação de professores para identificar sinais e encaminhar casos;
- Campanhas permanentes de conscientização dirigidas a famílias e comunidades;
- Fortalecimento das redes de apoio, incluindo conselhos tutelares e centros de atendimento psicológico.
Fingir que o problema não existe ou censurar o debate nas salas de aula apenas contribui para manter um silêncio que protege os agressores.
O caso de Sumaré teve desfecho rápido graças à reação da família e à atuação dos profissionais de saúde e da segurança pública, mas nem sempre há essa resposta. O problema é estrutural e exige ação conjunta entre escolas, famílias, poder público e sociedade civil para ampliar prevenção, acolhimento e proteção de crianças e adolescentes.
Fonte: Da Redação