A revolução digital transformou o comércio e deixou marcas visíveis no Centro de Sumaré: lojas fechadas, imóveis abandonados e vitrines empoeiradas. Levantamentos apontam cerca de 100 imóveis comerciais vazios na região central; em Americana o número chega a 140 imóveis.
Causas da transformação
O crescimento das compras on-line deslocou parte significativa do fluxo que antes circulava pelos corredores comerciais. Preços competitivos, grande variedade e a comodidade de comprar sem sair de casa tornaram-se fatores decisivos na escolha do consumidor.
Ao mesmo tempo, questões de infraestrutura urbana — calçadas em más condições, poucas vagas de estacionamento e a sensação de insegurança — ampliam a vantagem do comércio digital sobre o varejo local.
Impacto no comércio local
O declínio dos centros tem efeitos econômicos e sociais: menos pessoas nas ruas reduzem vendas, fragilizam serviços e desestimulam novos investimentos. Muitos comerciantes relatam desânimo; poucos aceitaram falar abertamente sobre perspectivas.
A atuação fragmentada do setor dificulta ações coletivas e campanhas de estímulo ao consumo local, enquanto a associação local, a ACIAS, encontra obstáculos para apresentar um projeto concreto de reestruturação.
Os números mostram a dimensão do problema: cerca de 100 imóveis comerciais vazios no centro de Sumaré e 140 imóveis em Americana, sinais claros do esvaziamento dos espaços centrais.
Desafios e propostas
Reverter o quadro exige articulação entre poder público, comerciantes e entidades representativas. As ações precisam combinar melhorias físicas e iniciativas que tornem o centro um destino atrativo.
- Investimento em infraestrutura: calçadas acessíveis, iluminação e espaços públicos revitalizados.
- Segurança e mobilidade: transporte público eficiente e medidas que aumentem a sensação de segurança.
- Atrações e eventos: feiras, shows e atividades culturais para reinserir o centro na rotina da população.
- Campanhas coletivas: ações coordenadas para estimular o consumo local e fortalecer a identidade do comércio.
Caminhos para revitalizar
O comércio precisa se reinventar oferecendo experiências além do produto: conveniência, atendimento diferenciado e senso de pertencimento. Essa mudança demanda criatividade e colaboração entre os atores locais.
Sem intervenções estruturadas e políticas públicas integradas, as portas fechadas tendem a se multiplicar e os centros correm o risco de se tornarem memórias de um tempo em que as pessoas saíam às ruas para comprar.
Fonte: Da Redação