Na sessão desta terça‑feira da Câmara Municipal de Nova Odessa, o vereador Paulo Bichof (Podemos) propôs que estudantes de universidades públicas, como a USP e “federais em geral”, fossem submetidos a exames toxicológicos, em meio a um discurso sobre “falta de moral”. O release que acompanha a nota aponta que a iniciativa tem pouco ou nada a ver com a realidade do município.
A proposta e o contexto
A sugestão mira alunos de instituições que não existem na cidade: Nova Odessa não tem universidade pública, seja federal ou estadual, e não há projeto em andamento que preveja a criação de um campus no município. Transformar a cidade em polo de educação superior seria, segundo o release, uma pauta relevante para o desenvolvimento local — se essa fosse a preocupação do vereador, caberia articular a instalação de uma instituição junto a deputados estaduais e federais, à Secretaria de Educação do Estado e ao MEC.
Contradição e críticas
A proposta de fiscalizar estudantes que sequer residem no município soa como um discurso apelativo e deslocado do papel de um vereador. Em vez de mirar em alunos de fora, o release sugere que a atenção deveria voltar-se para a própria Câmara: se o objetivo é combater o consumo de drogas, seria coerente propor exames toxicológicos para vereadores, assessores e servidores municipais, que exercem funções públicas custeadas pelo contribuinte.
Ao trocar o debate real sobre educação e desenvolvimento local por discursos de impacto fácil, o vereador acaba desviando o foco das necessidades concretas do município.
Alternativas sugeridas
Em vez de medidas de impacto midiático, o texto indica caminhos concretos para quem realmente deseja ampliar o ensino superior na cidade.
- Articular com deputados estaduais e federais para viabilizar um campus público.
- Buscar apoio junto à Secretaria de Educação do Estado e ao MEC para estudos de viabilidade.
- Priorizar políticas locais que promovam desenvolvimento e formação profissional para residentes.
Fonte: Divulgação