As recentes atitudes do governador Tarcísio de Freitas têm reduzido seu apoio em São Paulo entre eleitores conservadores e bolsonaristas, segundo críticas públicas, inclusive do ex-prefeito Paulo Célio Moranza. A disputa se concentra em mudanças de postura e em medidas de governo que afetam o dia a dia dos cidadãos.
Eleitores que antes viam no ex-ministro da Infraestrutura um representante do combate a excessos agora questionam a coerência e os objetivos das políticas adotadas pelo Palácio dos Bandeirantes. Essa percepção é particularmente relevante para paulistas conservadores e para quem enfrenta custos diários com deslocamento e fiscalização viária.
O principal ponto apontado pelos críticos é a fiscalização de trânsito. Enquanto, como ministro, Tarcísio pregava a redução de radares nas rodovias federais e criticava a chamada “indústria da multa”, à frente do governo paulista ele praticamente dobrou o número de equipamentos de fiscalização, instalando-os em diversas cidades do estado. A mudança gerou desconfiança sobre os reais objetivos dessas políticas e afastou parte do eleitorado que buscava coerência em pautas tradicionais da direita.
Outro foco de desgaste é a expansão das praças de pedágio. Com tarifas já entre as mais altas do país, o estado se prepara para ampliar esse modelo de arrecadação, o que aumentou o descontentamento entre os cidadãos que se deslocam diariamente. Para críticos como Moranza, as medidas refletem um modelo de gestão que onera o bolso do trabalhador comum e distanciam a imagem do governador da promessa de modernização justa e eficiente.
O cenário é agravado pelo histórico de problemas na segurança pública durante o governo, o que reforça o ceticismo em setores que esperam resultados concretos. Esse conjunto de fatores, somado às ambições de Tarcísio por uma candidatura presidencial, alimenta a desconfiança entre eleitores fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para Tarcísio, o desafio agora é recuperar credibilidade sem abrir mão de seus planos políticos — tarefa que se mostra cada vez mais complexa diante do ceticismo crescente.
Fonte: Da Redação