A ansiedade de separação é um transtorno caracterizado por angústia intensa diante da separação das figuras de apego. Costuma aparecer nos primeiros anos da infância, embora também possa manifestar-se na vida adulta quando não foi tratada anteriormente.
O que é
Trata-se de um distúrbio incluído entre os “transtornos emocionais com início especificamente na infância” no CID. No quadro, o apego é intenso e a ausência física das pessoas amadas provoca sensação de desamparo.
Público e relevância
O texto é dirigido a pais, cuidadores, adultos com sintomas e profissionais da saúde e da educação interessados em diagnóstico e tratamento. Reconhecer sinais e procurar acompanhamento adequado pode evitar a persistência dos sintomas ao longo da vida.
Sinais e sintomas
Entre os sinais mais comuns estão:
- Preocupação excessiva de perder um ente querido.
- Medo de que ocorra um evento negativo inesperado (por exemplo, adoecer) que leve à separação.
- Recusa em sair de casa, escola ou trabalho por medo da separação.
- Angústia persistente ao ficar sozinho e relutância em dormir longe de casa.
- Pesadelos relacionados à separação.
- Dores físicas repetidas, como dor de cabeça e náusea, que surgem antes ou durante a separação.
Fatores de risco
Alguns elementos podem favorecer o desenvolvimento do transtorno:
- Superproteção por parte dos pais, que alimenta dependências mútuas.
- Eventos traumáticos ou estressantes, como a morte de um ente querido ou de um animal de estimação.
- Possível influência de fatores genéticos que aumentariam a vulnerabilidade, ainda sem comprovação definitiva.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por um médico psiquiatra, com análise do histórico do paciente e dos contextos em que ocorrem as separações. Para ser considerado transtorno, as manifestações devem estar presentes por mais de quatro semanas e causar sofrimento significativo que prejudique o funcionamento cotidiano.
Tratamento
O objetivo do tratamento é capacitar a pessoa a retomar suas atividades usuais. O acompanhamento psicológico é indicado tanto para o paciente quanto para seus entes próximos, ajudando a lidar com sentimentos e a orientar as figuras de apego.
As despedidas devem ser curtas e é importante treinar as pessoas próximas para reagir de maneira sensata às lamentações. Medicamentos podem ser utilizados, mas apenas em casos graves e sob supervisão médica.
Na terapia
O psicólogo auxilia o paciente a identificar gatilhos que disparam sintomas físicos e emocionais e promove conscientização sobre o impacto do distúrbio em diferentes áreas da vida. A partir desse entendimento, são ensinados recursos e técnicas para uso durante crises, visando aumentar o controle cotidiano.
Quando buscar ajuda
Reconhecer os sinais e buscar avaliação profissional são passos essenciais para reduzir o impacto da ansiedade de separação. A intervenção adequada pode devolver autonomia às rotinas do paciente e de sua família.