A endometriose é uma doença crônica que afeta muitas mulheres, mas ainda é subdiagnosticada devido à normalização da dor menstrual intensa. Este artigo explora os exames mais eficazes para o diagnóstico, a relação com infertilidade e os avanços em técnicas cirúrgicas, especialmente a cirurgia robótica, que tem revolucionado o tratamento com maior precisão e menor impacto.
O que é Endometriose e por que o diagnóstico é desafiador?
A endometriose é uma condição crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, causando dor e comprometimento dos órgãos reprodutores. Apesar dos avanços nos métodos diagnósticos, a doença ainda é subdiagnosticada porque muitos consideram a cólica menstrual intensa como algo normal.
Isso faz com que pacientes sofram em média de 7 a 10 anos antes de obter o diagnóstico correto e iniciar um tratamento eficaz.
Exames mais eficazes para diagnosticar a endometriose
O diagnóstico começa com a valorização dos sintomas e um exame físico detalhado. O ultrassom convencional muitas vezes não detecta as lesões características. Portanto, os exames mais indicados são:
- Ressonância Magnética de Pelve: oferece imagens detalhadas para identificar focos profundos da doença.
- Ultrassom para Pesquisa de Endometriose Profunda: realizado por profissionais experientes, é fundamental para a avaliação precisa.
Esses exames devem ser conduzidos por especialistas familiarizados com a endometriose para garantir a acurácia do diagnóstico.
Relação entre endometriose e infertilidade
A inflamação crônica causada pela endometriose pode afetar significativamente o sistema reprodutor feminino. O ambiente pélvico inflamado torna-se inadequado para a gestação devido a alterações químicas e formação de aderências que comprometem útero, trompas e ovários.
Muitas mulheres inférteis têm a endometriose como causa principal, e em alguns casos, a reprodução assistida é necessária para viabilizar a gravidez.
Indicações para cirurgia na endometriose
A cirurgia é recomendada em situações específicas, como:
- Grandes cistos ovarianos causados pela endometriose.
- Endometriose em órgãos como apêndice, vias urinárias ou com obstrução intestinal.
- Pacientes com dor intensa refratária à medicação.
- Casos de infertilidade relacionados à doença.
O objetivo cirúrgico é remover os focos da doença para aliviar sintomas e melhorar a fertilidade.
Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas: laparoscopia e cirurgia robótica
Atualmente, o tratamento cirúrgico da endometriose utiliza técnicas minimamente invasivas, que proporcionam imagens ampliadas e de alta definição, essenciais para a remoção precisa dos focos de doença.
Cirurgia robótica: inovação e precisão no tratamento
A cirurgia robótica representa o que há de mais avançado no tratamento da endometriose. É importante destacar que o robô é uma ferramenta controlada por um cirurgião altamente treinado.
Com uma visão tridimensional e pinças que realizam movimentos complexos, o cirurgião opera simultaneamente três braços robóticos, multiplicando suas habilidades.
Essa tecnologia permite uma ressecção mais precisa da doença, reduzindo a reação inflamatória pós-operatória e preservando a funcionalidade dos órgãos acometidos.
Riscos e desafios da cirurgia para endometriose profunda
As cirurgias para endometriose profunda exigem profundo conhecimento anatômico e técnica cirúrgica avançada. A doença pode causar distorções anatômicas e aderências complexas, dificultando a identificação das estruturas normais.
Complicações possíveis incluem lesões intraoperatórias, sangramento excessivo, infecções e perda da funcionalidade dos órgãos ou do potencial reprodutivo.
Por isso, é fundamental que o tratamento seja realizado por equipes multidisciplinares experientes e com acesso a tecnologias de ponta.
Cirurgia cura a endometriose? Entenda o risco de recidiva
Por ser uma doença crônica com base genética, a endometriose apresenta risco de recidiva mesmo após cirurgia.
O tratamento precoce, com medicação adequada e cirurgia eficaz, é essencial para minimizar esse risco. A busca por ajuda especializada é fundamental para garantir melhores resultados e qualidade de vida.
“Infelizmente sempre há risco de recidiva. Por ser uma doença crônica, com base genética, há risco de voltar em algum momento. O importante é tratarmos precocemente, com a medicação correta e com uma cirurgia definitiva e eficaz.” Dr. Carlos Eduardo Godoy Jr

Fonte: Divulgação