Entenda o fenômeno dos bebês reborn e suas implicações emocionais e sociais no Brasil.
Os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que simulam a aparência e o peso de um bebê real, têm se tornado um fenômeno crescente tanto no Brasil quanto no mundo. Criadas com materiais como vinil e silicone, essas bonecas não apenas atraem colecionadores, mas também oferecem consolo emocional para muitos. Neste artigo, exploraremos as razões por trás da adoção desses ‘filhos de silicone’, os benefícios terapêuticos, bem como as polêmicas que cercam esse universo.
O que são Bebês Reborn?
Os bebês reborn são bonecas que passam por um processo artesanal minucioso, conhecido como ‘renascimento’, que busca alcançar um realismo impressionante. Desde a pintura à mão até a adição de detalhes como veias e batimentos cardíacos simulados, cada boneca é uma obra de arte única.
Por que as pessoas adotam Bebês Reborn?
A atração por essas bonecas vai muito além do colecionismo. Muitas pessoas veem nelas uma maneira de lidar com perdas e traumas, como a perda de um filho. Além disso, elas podem ajudar na regulação emocional, oferecendo um sentido de cuidado e um papel social desejado por muitos.
O Fenômeno no Brasil e no Mundo
No Brasil, as redes sociais desempenham um papel crucial na popularização dos bebês reborn. Influenciadoras compartilham rotinas com seus ‘filhos’ e organizam encontros, como os que ocorrem no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Internacionalmente, essa prática também é observada, com mulheres na Alemanha passeando com carrinhos de bebês reborn e até contratando babás.
A Polêmica Legislativa no Brasil
Recentemente, propostas de lei foram apresentadas para regular o uso dos bebês reborn em espaços públicos e hospitais. O deputado Cristiano Caporezzo (PL-MG) propôs proibições para que essas bonecas não sejam levadas a atendimentos médicos, enquanto o Projeto de Lei 2.320/2025 sugere multas para quem utiliza esses bebês em filas prioritárias. Essas propostas refletem preocupações sobre o uso de recursos públicos e a necessidade de proteger os direitos de pessoas que realmente precisam de atendimento prioritário.
Benefícios Terapêuticos e Riscos Psicológicos
Os bebês reborn têm sido utilizados em terapias para ajudar indivíduos com ansiedade e depressão, servindo como objetos transicionais em processos de luto. No entanto, a psiquiatra Dra. Carla Mendes alerta que, se a fantasia de tratar o bebê reborn como um filho real se torna predominante, isso pode indicar problemas mais profundos, como isolamento social e depressão.
Os bebês reborn são um fenômeno que toca em questões emocionais profundas, como a maternidade e o luto. Enquanto podem oferecer conforto e auxiliar em terapias, é crucial que os indivíduos mantenham uma relação saudável com a realidade. O acompanhamento profissional é recomendado para aqueles que encontram nos bebês reborn uma fuga de problemas emocionais.
Os bebês reborn representam uma interseção entre o consolo emocional e os limites da realidade. É fundamental que os envolvidos nesse universo estejam atentos aos sinais de que essa prática pode estar se tornando prejudicial.
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Fonte: Hospital Santa Mônica
